Terapia Holística e Religião
Existe ainda preconceito para com a Terapia Holística pelo desconhecimento do que ela representa e de como funciona. Neste artigo procuro explicar a profundidade do trabalho do Terapeuta Holístico para auxiliar o consulente a encontrar a paz e o equilíbrio.
Não cabe ao Terapeuta Holístico tomar qualquer partido ou julgar qualquer religião. As religiões são as diversas possibilidades através das quais o indivíduo manifesta a sua fé em Deus, segundo sua livre escolha. E cada religião, com seus respectivos costumes e ritos, tem como objetivo conectar as pessoas à Inteligência Superior.
O Terapeuta procurará entender o contexto de vida do consulente, respeitando sua crença, justamente para poder auxiliá-lo da melhor forma. A Terapia Holística não está vinculada a uma religião, tampouco representa misticismo, mas observa sim o indivíduo como um Ser integral, possuidor de um corpo, mente e espírito. Boas práticas espirituais, independentemente de quais sejam, desde que proporcionem bem-estar e paz ao indivíduo, devem sim ser entendidas e incentivadas pelo Terapeuta. No entanto, a análise do Ser integral vai muito além, conforme veremos a seguir.
Tudo é energia!
Tudo é composto por átomos e moléculas. No entanto, a maneira como as cadeias de moléculas se estruturam é o que dará forma a tudo que conhecemos como matéria.
Nosso corpo físico é, portanto, um aglomerado de átomos e moléculas, desde a unha do pé até os neurônios do nosso cérebro. Este, por sinal, é um órgão onde ocorre grandes quantidades de estímulos elétricos, tal como uma central de controle poderosíssima, chamada mente, que recebe e emana tarefas a todo o corpo como um eficiente operador dotado de personalidade, atuando como interface para o Espírito, essência pura que representa o que temos de mais divino.
Não podemos negar que somos dotados de inteligência. E é ela que nos confere a condição de interagir com o ambiente de maneira diferenciada se comparados a um objeto inanimado. Nossa mente é capaz de coordenar grandes quantidades de informações junto ao nosso cérebro para poder realizar a manutenção do nosso corpo e fazê-lo interagir com o meio. Nossa mente é programada para fazer funcionar cada célula do nosso corpo automaticamente, independentemente da nossa vontade. Chamamos essa “seção” da mente de subconsciente.
Enquanto a mente subconsciente lida com o nosso complexo organismo, sendo inclusive capaz de registrar informações por longo prazo, tornando-as automáticas, a nossa mente consciente é responsável por ficar atenta a tudo o que se passa ao redor, respondendo aos estímulos a que está sujeita, através dos cinco sentidos e através da intuição. Ela ainda interage instantaneamente com a nossa mente subconsciente, resgatando e arquivando memórias, de modo a nos proporcionar maior efetividade no desempenho das nossas atividades, com base nos aprendizados que obtemos dia após dia.
Mas não para por aí. A cada estímulo que nossa mente recebe, ela responde com descargas de energia que, por sua vez, enviam mensagens ao corpo físico, dizendo o que ele deve fazer. Portanto, cada decisão da mente possui um grande poder sobre o nosso corpo. Só por aqui você já pode perceber o poder que nossos pensamentos possuem.
Considerando que aproximadamente 10% da nossa atividade mental está na mente consciente, e que os outros 90% correspondem à mente subconsciente, compreendemos que não estamos tão sob controle das coisas como muitos pensam. Percebemos quão pouco ou nenhum controle nós exercemos sobre as emoções quando estímulos do meio interagem com nossa mente e disparam processos emocionais, que podem ser intensificados por memórias que estabelecem sintonia com essa mesma situação.
Imagine agora a quantidade de registros já feitos em seu subconsciente ao longo de sua vida e quantas reações involuntárias, ou automáticas, você já apresentou no dia a dia, como as de tristeza, ódio, estresse, desapontamento, alegria, amor, paixão, medo etc.
Os sentimentos são a maneira como a mente inteligente interpreta os estímulos de energia do corpo físico em relação ao meio, na busca por se desenvolver, evoluir, ou seja, se aprimorar.
O profissional holístico observará o ser humano não apenas como um conglomerado de células de um organismo que pode estar apresentando uma disfunção, mas sim analisa o ser humano como uma grande e poderosa mente, animada por uma consciência inteligente (espírito), enviando comandos de energia ininterruptos ao corpo físico.
Quando os estímulos de energia estão em harmonia, experienciamos sensação de paz. A mesma paz que nos leva a agradecer cada instante por existirmos e podermos desfrutar a vida como única e bela. A mesma paz que nos permite deitar a cabeça no travesseiro sem preocupações, ansiedades, culpa, estresse, desmotivação, mágoas…
No entanto, quando as reações ao meio acarretam estímulos intensos e constantes de energia, nosso organismo entra em alerta. Trata-se de uma forma de avisar o indivíduo que algo vai mal, buscando garantir a sobrevivência do ser. Se os estímulos permanecem por muito tempo, nossos sistemas corporais recebem cada vez mais cargas de informações para reagirem. Liberam hormônios, estimulam o corpo a sair daquela situação, ocasionando as disfunções.
O grande termômetro do equilíbrio do nosso ser são as nossas emoções. Elas são as grandes delatoras dos momentos em que a nossa forma de pensar e agir não está proporcionando paz, bem-estar e harmonia.
As técnicas holísticas buscam, por fim, analisar todo o contexto de vida do indivíduo, auxiliando-o a reequilibrar o corpo, a mente e o espírito, através de técnicas que proporcionem bem-estar ao consulente, ensinando-o a estabelecer uma rotina de práticas vivenciais para a manutenção da paz e do bem-estar.
E é esse equilíbrio que proporcionará ao Ser a boa saúde do corpo, da mente e das emoções. Com o tempo e a desmistificação de conceitos puramente físicos, muito mais pessoas poderão se beneficiar das inúmeras técnicas e ferramentas que a Terapia Holística pode proporcionar para a conquista de uma vida com mais saúde e paz.
Namastê!
Fernando Vidya
“De todos os conhecimentos possíveis, o mais sábio e útil é o conhecer a si mesmo”
(William Shakespeare)
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